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Armas e Slogans: A Intervenção Militar de Donald Trump na Nigéria — Missão Humanitária ou Disputa por Recursos?
Quando Trump aponta para “massacre de cristãos” na Nigéria e avisa que pode intervir com tropas ou bombardeios, a retórica toca numa ferida real — mas esconde motivos geoestratégicos muito mais amplos.
Por Administrador
Publicado em 07/11/2025 02:13
Geopolítica

Motivos indicados por Trump ou pela sua administração

O Presidente Donald Trump afirmou que a Nigéria enfrenta uma “ameaça existencial” ao cristianismo, e que o governo nigeriano está a falhar em conter a “matança em grande escala de cristãos” por grupos islamistas. AP News+1

Ele declarou que os EUA irão imediatamente cortar toda a ajuda à Nigéria se o governo não agir. Al Jazeera+1

Além disso, Trump pediu ao Pentágono que prepare “planejamento para possível ação” e falou em envio de tropas ou bombardeios. Reuters+1
Segundo ele, “Se o governo nigeriano continuar a permitir a matança de cristãos, os EUA podem muito bem entrar nesse país envergonhado, ‘armas em punho’ (‘guns-a-blazing’), para varrer os terroristas islâmicos que cometem essas horríveis atrocidades.” The Times of India+1

Motivos adicionais ou contextos que analistas destacam (não oficiais)

Analistas apontam que a situação vai muito além da alegada perseguição religiosa.

Em primeiro lugar, a Nigéria possui depósitos significativos de minerais estratégicos (lítio, nióbio, prata, entre outros) e elementos raros que servem à indústria de defesa e eletrónica, sobretudo numa região vulnerável no nordeste. euronews

Em segundo lugar, a intervenção ou pressão externa pode dar aos EUA vantagem geopolítica numa África Ocidental onde China, Rússia ou interesses regionais se movem com rapidez. euronews

Finalmente, parte da retórica de Trump apoia-se num público interno específico — a base evangélica/conservadora nos EUA — que responde fortemente a temas de “defesa dos cristãos” e “guerra contra o Islão radical”. (Embora esta ligação não seja oficialmente declarada, muitos analistas a realçam.)

Dúvidas, críticas e contexto

A própria Nigéria rejeita a caracterização de que seja um país religiosamente intolerante ou que permita sistematicamente a matança de cristãos.

O presidente Bola Ahmed Tinubu afirmou que “a caracterização de a Nigéria como país de intolerância religiosa não reflete nossa realidade nacional” e que a diversidade é a “nossa maior força”. Al Jazeera+1

Além disso, os grupos que atacam civis no país frequentemente atingem tanto cristãos como muçulmanos, e muitas das mortes são resultado de conflitos interétnicos, disputas por terra, pastoreio, e insurgências terroristas — não necessariamente de uma perseguição religiosa pura. euronews

Há, portanto, incerteza sobre a narrativa de “genocídio de cristãos” tal como apresentada por Trump. Alguns académicos classificam isto como “uma narrativa de extrema-direita perigosa” que pode aumentar a instabilidade. Al Jazeera

Minha reflexão

Estranho profundamente esta súbita preocupação de Trump com a intervenção “em defesa dos cristãos” na Nigéria — porque se olharmos para o passado recente, temos o caso da Hay’at Tahrir al‑Sham (HTS) na Síria: após tomar o poder na Síria, que antes era liderada por Bashar al‑Assad (e que durante a guerra tinha jihadistas com “cabeça a prêmio”), começaram a surgir relatos de expulsões de cristãos e massacres de minorias. Coptic Solidarity

Se Trump se envolveu ou apoiou, ou tolerou intervenções desse tipo, então a retórica de “defesa dos cristãos” pode estar a servir de máscara para outra agenda: controle de recursos naturais, influência geopolítica, intervenção militar com fins econômicos ou estratégicos.

Também me preocupa que, enquanto se fala de “proteger cristãos”, se ignore ou minimizem os problemas internos da própria potência interventora — e se usem slogans humanitários como justificação para operações que, na prática, visam lucros ou domínios.

Por isso, creio que esta intenção de intervenção do Trump na Nigéria não é sobretudo uma missão humanitária — mas sim uma estratégia para apoderar-se de recursos e influência, tal como em zonas de conflito anteriores, e nunca uma verdadeira defesa desinteressada de minorias religiosas.


Assinatura

Gilberto Gourgel
KAJI FM – “Um Novo Conceito de Rádio” / “Paixão & Música”

 

#Nigéria #Trump #IntervençãoMilitar #Cristãos #ConflitoAfricano #RecursosNaturais #Geopolítica #KAJIFM

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